Nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, Israel enviou uma delegação de 88 atletas e obteve os melhores resultados de sua história, retornando com sete medalhas, incluindo uma de ouro. Esse impressionante número colocou Israel na 41ª posição na tabela oficial de medalhas, uma conquista notável considerando seu tamanho relativamente pequeno e as tradições esportivas consideráveis de muitos países que estão abaixo dele no ranking. Embora os rankings oficiais ofereçam uma perspectiva, outros critérios mostram a performance de Israel sob uma luz ainda mais favorável, refletindo as diversas maneiras de medir o sucesso olímpico.
A medalha de ouro de Tom Reuvani foi um elemento chave para o 41º lugar de Israel na tabela de medalhas, que prioriza as medalhas de ouro. Além do ouro, Israel conquistou cinco medalhas de prata com Sharon Kantor, Inbar Lanir, Raz Hershko, a equipe de ginástica artística e Artyom Dolgupiat, além de uma medalha de bronze com Peter Palachik. Esse total quase dobra o melhor resultado anterior de Israel, obtido durante os Jogos de Tóquio 2020, quando ganhou quatro medalhas. Em termos de medalhas totais, que é um critério comum nos Estados Unidos, Israel ficou em 36º lugar.
No índice de medalhas ponderadas, que atribui valores diferentes para medalhas de ouro, prata e bronze, Israel ficou em 29º lugar com um total de 14 pontos. Esse índice atribui três pontos para medalhas de ouro, dois para prata e um para bronze. Os Estados Unidos, China e o país anfitrião, a França, lideraram esse índice, enquanto o Japão, apesar de sua classificação alta na tabela oficial devido a 20 medalhas de ouro, caiu para a sexta posição atrás da Grã-Bretanha e da Austrália.
Ao medir as medalhas em relação à população, a pequena ilha caribenha de Granada liderou a lista com duas medalhas de bronze. Dominica e Santa Lúcia, também pequenas nações caribenhas, vieram logo a seguir. A Nova Zelândia, que se destacou com 20 medalhas, incluindo dez de ouro, ficou em quarto lugar. Em contraste, Israel estava em 34º lugar neste índice, destacando como as pequenas nações podem superar as maiores em termos de medalhas per capita.
Outro critério interessante é o número de medalhas em relação ao PIB de um país. Granada, Dominica e Santa Lúcia ocuparam os três primeiros lugares aqui, enquanto a Jamaica, apesar de seu desempenho tradicionalmente forte, ficou em quarto lugar com seis medalhas, incluindo apenas uma de ouro. Israel, no entanto, ficou aquém, classificando-se em 40º lugar neste índice.
Um novo sistema de classificação desenvolvido por Robert Duncan e Andrew Pearce, conhecido como "modelo ajustado à população", oferece uma perspectiva diferente. Esse modelo, detalhado no "Journal of Sports Analytics" e no "New York Times", ajusta as expectativas de medalhas com base no tamanho da população. De acordo com esse modelo, o número esperado de medalhas para Israel era de 1,32, mas o país alcançou um resultado muito mais alto, colocando-o em 28º lugar no ranking.
Ao avaliar as medalhas em relação ao tamanho da delegação, o Quirguistão e a Coreia do Norte lideraram, cada um com seis medalhas obtidas com pequenas delegações. A performance de Israel nesse aspecto foi menos impressionante, classificando-se em 47º entre os 107 países que enviaram pelo menos dez atletas a Paris. Essa posição contrasta fortemente com seu ranking oficial mais alto.
Embora muitos países com pequenas delegações tenham retornado sem medalhas, outros com grandes expectativas também ficaram desapontados. Israel, por exemplo, tinha o histórico de retornar com pelo menos uma medalha de cada Olimpíada desde Barcelona 1992, com a notável exceção dos Jogos de Londres 2012. Neste ano, a performance de Israel foi mista, com um sucesso significativo contrastando com outros países que também enfrentaram reveses.
A Nigéria, com uma delegação de 88 atletas, teve um tamanho semelhante ao de Israel, mas não conquistou nenhuma medalha. Essa decepção ecoou com seu desempenho em Londres 2012, onde também retornaram de mãos vazias apesar de enviar uma grande equipe. Os atletas nigerianos, incluindo o detentor do recorde mundial dos 100 metros com barreiras, lutaram para avançar, destacando as altas expectativas que não foram atendidas.
A Finlândia experimentou um primeiro olímpico ao não conquistar nenhuma medalha após competir em 50 Jogos consecutivos. Apesar de enviar uma equipe significativa de 56 atletas, os melhores resultados da Finlândia foram quintos lugares. Isso marcou um declínio significativo em relação aos sucessos olímpicos anteriores, levando a pedidos de mudanças substanciais para melhorar o desempenho futuro.
A Índia, a nação mais populosa, também enfrentou decepções apesar de enviar a maior delegação para Paris. Embora a Índia tenha conquistado seis medalhas, ficou aquém das sete obtidas em Tóquio 2020. A performance do país no lançamento do dardo foi particularmente desalentadora, já que Neeraj Chopra, o campeão olímpico atual, só conseguiu a prata, enquanto o Paquistão, com uma equipe menor, conquistou o ouro.
Os resultados da Jamaica foram notavelmente decepcionantes em comparação com as Olimpíadas passadas. Após um período de domínio, especialmente nos sprints, os atletas jamaicanos enfrentaram dificuldades, com suas seis medalhas sendo a contagem mais baixa em duas décadas. Isso incluiu apenas uma medalha de ouro no lançamento do disco, uma queda significativa em relação às suas conquistas anteriores em eventos de sprint.
Em conclusão, os diferentes critérios utilizados para avaliar o sucesso olímpico revelam facetas variadas da performance. Embora as conquistas de Israel tenham sido louváveis, outras nações, incluindo Nigéria, Finlândia, Índia e Jamaica, enfrentaram graus variados de decepção. Esses resultados ilustram a complexidade de medir o sucesso olímpico e as altas expectativas colocadas sobre os atletas de países com diferentes níveis de recursos e desempenho histórico.
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