No mesmo dia em que Biniam Girmay se tornou o primeiro africano negro a vencer uma etapa do Tour de France, o campeão olímpico Richard Carapaz fez história ao se tornar o primeiro equatoriano a vestir a camisa amarela de líder geral. Essas realizações notáveis sugerem que o ciclismo de estrada de alto nível está se tornando mais inclusivo.
O ciclista eritreu Girmay dedicou sua vitória a "todo o continente africano", que ainda está sub-representado no Tour de France. O caça-talentos Jean-Jacques Henry, da União Ciclística Internacional, destacou o desenvolvimento lento do ciclismo na África, observando a raridade de participantes africanos desde que o eritreu Daniel Teklehaimanot competiu em 2015 e 2016. Ryan Gibbons, da África do Sul, um dos três únicos ciclistas africanos no Tour deste ano, expressou esperança de que o sucesso de Girmay inspire mais jovens africanos, apesar da presença limitada atual de ciclistas africanos no pelotão profissional.
A composição do Tour de France evoluiu ao longo dos anos, com uma presença crescente de ciclistas americanos, australianos e latino-americanos. O surgimento de ciclistas dessas regiões, como os colombianos Nairo Quintana e Egan Bernal, que venceu o Tour em 2019, mostra a crescente diversidade do esporte. No entanto, a representação asiática permanece mínima, com apenas dois ciclistas no World Tour, indicando a necessidade de um desenvolvimento global mais amplo.
Henry enfatizou a importância das competições mundiais para fomentar talentos em todo o mundo, mas também reconheceu os desafios enfrentados pelos ciclistas não europeus. Ciclistas como Girmay devem se adaptar rapidamente a novos ambientes e garantir posições nas equipes em um curto período de tempo, ao contrário de seus colegas europeus, que têm períodos mais longos para se estabelecerem. Além disso, o alto custo do equipamento e a necessidade de uma boa infraestrutura representam barreiras significativas para muitos ciclistas aspirantes de regiões em desenvolvimento.
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