A controvérsia surgiu após o anúncio recente da IBA, que decidiu processar o Comitê Olímpico Internacional (COI) devido à inclusão de Khelif e da boxeadora taiwanesa Lin Yu-ting na competição de boxe feminino dos Jogos Olímpicos de Paris no ano passado.
Em uma declaração nas redes sociais, Khelif prometeu tomar todas as medidas legais necessárias para proteger seus direitos e defender os princípios de uma competição justa no esporte. Ela também acusou a IBA de usar alegações infundadas para promover sua própria agenda.
A IBA, que foi excluída do movimento olímpico em 2019 devido a preocupações financeiras e éticas, argumentou que Khelif e Lin eram inelegíveis para o Campeonato Mundial de 2023 após falharem em testes de elegibilidade de gênero.
A organização afirmou que ambas as boxeadoras possuem cromossomos XY, o que levou à sua exclusão de acordo com seus regulamentos. No entanto, nenhuma das duas atletas é transgênero, e ambas nasceram e foram criadas como mulheres, como registrado em seus passaportes.
O COI, que assumiu a organização do boxe olímpico em Paris após a suspensão da IBA, defendeu a inclusão de Khelif e Lin, afirmando que elas sempre competiram na categoria feminina durante toda a sua carreira.
A questão gerou mais debate após a IBA vincular sua ação legal a um decreto executivo assinado pelo ex-presidente dos EUA Donald Trump, que visa proibir atletas transgêneros de competir em esportes femininos.
Especialistas médicos apontaram que a variação genética mencionada pela IBA, conhecida como diferenças no desenvolvimento sexual (DSD), é uma condição natural que afeta uma pequena porcentagem da população.
O COI criticou a ação judicial da IBA como parte de uma campanha contínua contra o comitê, enfatizando que a decisão de retirar a IBA do movimento olímpico foi baseada em falhas de governança, inconsistências no julgamento e irregularidades financeiras.
Em resposta, o COI reiterou que Khelif e Lin foram injustamente alvo da decisão repentina e arbitrária da IBA, apesar de terem participado de eventos sancionados pela IBA sem problemas anteriormente. A controvérsia destaca as crescentes tensões entre a IBA e o COI, além do debate contínuo sobre as regras de elegibilidade no esporte feminino. Khelif permanece determinada a lutar pela sua reputação e garantir que os princípios de justiça e processo legal sejam respeitados nas competições internacionais de boxe.
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