Revelações chocantes surgiram sobre a morte da estrela do futebol gabonês Aaron Bopandze, que faleceu tragicamente na China. Um amigo próximo e colega de quarto, chamado Abdul, compartilhou mensagens de voz que rapidamente se espalharam pelas redes sociais e fóruns online gaboneses. Esses áudios trazem um relato profundamente emocional e perturbador dos últimos dias do atacante da seleção nacional, sugerindo que o uso prolongado de óxido nitroso — conhecido como gás hilariante — afetou gravemente sua saúde mental e levou ao suicídio.
Bopandze caiu do 11º andar do prédio onde morava, em Hangzhou, na China, encerrando sua vida aos 28 anos. Sua carreira no futebol passou por diversos países — da França aos Estados Unidos — e ele se destacou como artilheiro da liga turca na temporada 2020-21. O talentoso atacante também atuou no Catar, Arábia Saudita e Romênia, em clubes como o Rapid Bucareste, acumulando mais de €18 milhões em ganhos ao longo de sua trajetória. Representou o Gabão 34 vezes em competições internacionais.
Abdul, que se juntou a Bopandze na China em março passado, afirmou que logo notou comportamentos preocupantes. Ele disse que o jogador frequentemente consumia substâncias, com forte dependência do gás hilariante inalado através de balões. Apesar de várias advertências sobre os riscos, suas preocupações foram ignoradas. “Ele sempre estava inalando o gás com balões”, lembrou Abdul. “Eu dizia pra ele: ‘Você é um atleta — isso pode destruir sua vida’”.
Infelizmente, os avisos não surtiram efeito. Segundo Abdul, Bopandze já estava viciado. “Disse a ele que não conseguiria continuar morando com ele se não parasse”, contou. “Mas ele respondeu que eu não estava ali para julgá-lo e que conseguia lidar com seus próprios problemas”. Com o tempo, o jogador começou a faltar aos treinos, o que acendeu o alerta no clube e entre os amigos. Abdul também relatou um episódio em que Bopandze desmaiou após receber uma massagem — poucas horas antes de morrer.
Nos dias que antecederam a tragédia, a condição de Bopandze piorou. Abdul compartilhou um momento especialmente angustiante quando o encontrou escondido na cozinha, tarde da noite. “Ele sabia que eu o impediria de usar o gás, então se trancou”, explicou. “Quando forcei a porta, o encontrei em péssimo estado — ele tinha se sujado. Limpei ele e o coloquei na cama”.
No dia da morte, Abdul percebeu um comportamento estranho. “Ele andava de um lado para o outro e fazia pedidos esquisitos — queria água, uma omelete, até meu perfume”, disse. Esses comportamentos revelavam um sofrimento emocional profundo, embora Abdul não pudesse imaginar o que estava por vir.
Em um momento final devastador, Abdul contou que Bopandze se trancou no quarto e depois correu até a varanda. Apesar das tentativas desesperadas de impedi-lo — conseguindo salvá-lo duas vezes — o jogador se soltou na terceira tentativa, deu uma cotovelada em Abdul e se jogou. As autoridades chinesas depois interrogaram Abdul e confirmaram seu relato com testemunhos de vizinhos e imagens de câmeras de segurança, que comprovaram a sequência trágica dos acontecimentos.
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