Andy Carroll, que já foi o jogador de futebol inglês mais caro de todos os tempos, passou por uma drástica mudança em sua carreira, saindo das altas da quebra de recordes para jogar na quarta divisão da França. Em janeiro de 2011, o Liverpool pagou impressionantes 41 milhões de euros por Carroll, tornando-o o jogador inglês mais caro da época. No entanto, sua passagem por Anfield não correspondeu às expectativas.
Lesões e a pressão intensa marcaram seu tempo no Liverpool, onde ele marcou apenas 11 gols em 58 partidas. Avançando para 2023, Carroll, agora com 35 anos, se viu em uma situação bem diferente. Ele se juntou ao Bordeaux, um clube histórico recentemente rebaixado para a quarta divisão devido a dificuldades financeiras. Para Carroll, essa mudança foi mais sobre buscar uma vida mais simples e gratificante do que buscar fama.
Em uma entrevista ao *The Independent*, Carroll expressou alívio por viver uma vida mais tranquila na França, longe dos holofotes do futebol inglês. Apesar de ainda ser reconhecido nas ruas, ele valoriza o respeito que recebe dos fãs, que o veem como uma pessoa comum, e não como uma ex-estrela da Premier League.
Carroll admitiu que a fama tem seus contras e que as pressões associadas ao seu sucesso precoce frequentemente dificultaram o prazer de jogar futebol. No entanto, sua paixão pelo esporte permanece inalterada. "Ainda amo o futebol tanto quanto no primeiro dia, porque ele me mantém vivo", disse ele, destacando que seu entusiasmo pelo esporte continua a ser seu motor, mesmo com a aproximação dos seus 35 anos.
A decisão de Carroll de se juntar ao Bordeaux foi motivada pelo desejo de ficar perto de seus filhos e participar de um projeto que lhe fizesse sentido. Ele recebeu propostas da Arábia Saudita, mas escolheu permanecer na Europa, priorizando sua família e a chance de ajudar o Bordeaux a recuperar seu espaço no futebol francês.
O clube, que já foi dominante na Ligue 1, está agora em um processo de reconstrução, assim como Carroll. Ele se sente profundamente conectado à jornada atual do Bordeaux, observando que tanto ele quanto o clube estão trabalhando para superar as dificuldades passadas e voltar à boa forma. Para Carroll, ser tratado como uma pessoa comum no Bordeaux foi uma mudança revigorante em relação ao tratamento de celebridade que recebia na Inglaterra, oferecendo-lhe um sentimento de normalidade que ele sentia falta.
Refletindo sobre sua transferência para o Liverpool, Carroll reconheceu os desafios que enfrentou aos 21 anos. A mudança do Newcastle foi inesperada e ocorreu em um momento em que ele já lidava com lesões. Ele se sentia despreparado para um passo tão grande e teve dificuldades em se adaptar às altas expectativas em Anfield.
Carroll admitiu que a mudança precoce pode ter sido um erro, pois ele não tinha a maturidade necessária para lidar com a pressão intensa. Seu tempo em Liverpool foi marcado por lesões recorrentes e desempenhos inconsistentes, o que levou a uma sensação de decepção e a uma carreira que, em muitos aspectos, não cumpriu as promessas iniciais.
O retorno de Carroll ao Newcastle em 2019 deveria ser um retorno triunfante, mas não se desenrolou como ele esperava. A pandemia de Covid-19, juntamente com a falta de torcedores e as dificuldades da equipe, fez com que sua segunda passagem pelo clube fosse menos satisfatória. Apesar de inicialmente ter sido assegurado um renovação de contrato, ele nunca recebeu uma ligação da direção, deixando-o se sentindo desrespeitado e frustrado. Esse fim abrupto em Newcastle contribuiu para um período difícil em sua carreira, marcado por duras críticas da mídia e dos torcedores, que o acusavam de falta de profissionalismo e de não cuidar adequadamente de sua forma física.
Os últimos anos da carreira de Carroll na Inglaterra foram marcados por lesões e queda de desempenho, levando-o a considerar seriamente a aposentadoria. Ele lutou contra a depressão e o isolamento, sentindo-se julgado por onde passava. No entanto, buscar ajuda profissional lhe permitiu encontrar uma nova perspectiva. Em 2023, ele se transferiu para o Amiens, da primeira divisão francesa, mas acabou se transferindo para o Bordeaux.
Na quarta divisão, ele redescobriu sua paixão pelo futebol. Com seis gols em cinco jogos, Carroll abraçou seu papel de ajudar o clube a se reconstruir, encontrando satisfação ao fazer parte de um projeto que reflete sua própria jornada de redenção e recuperação.
ADD A COMMENT :