Eddie Hearn rebateu a declaração do presidente do UFC, Dana White, de que o boxe está em crise, após o anúncio de sua parceria com investidores sauditas para a criação de uma nova liga de boxe. Embora os detalhes desse projeto ainda não estejam claros, White fez declarações contraditórias sobre seu objetivo, ora sugerindo que criará seus próprios títulos mundiais, ora indicando que o foco será o desenvolvimento de novos talentos.
Hearn, um dos promotores mais influentes do boxe, discorda da visão de White de que o esporte precisa ser reconstruído. Ele insiste que o boxe está em uma posição forte e que essa nova iniciativa apenas reforça sua popularidade.
A nova liga será operada sob a marca TKO, que também controla o UFC e a WWE, e contará com a participação de Turki Alalshikh, uma figura-chave nos investimentos recentes da Arábia Saudita no boxe. Há expectativas de que a TKO assuma o controle dos principais eventos de boxe financiados pelos sauditas, incluindo uma possível superluta entre Saul "Canelo" Alvarez e Terence Crawford em setembro.
No entanto, a criação dessa liga levanta questões sobre como ela funcionará dentro da estrutura regulatória do boxe. Diferente do boxe, o MMA nos Estados Unidos não está sujeito ao Ali Act, uma lei que protege os lutadores de contratos exclusivos de longo prazo. Hearn tem dúvidas se o modelo centralizado do UFC pode ser aplicado ao boxe, dadas as diferenças financeiras entre os dois esportes.
Um dos aspectos mais polêmicos da proposta de White é o possível impacto nos títulos mundiais tradicionais, administrados pela WBA, WBO, IBF e WBC. Alguns especulam que a nova liga pode tentar estabelecer seu próprio cinturão de campeonato, ignorando as entidades sancionadoras já existentes.
Hearn não acredita que sua relação com os investidores sauditas será prejudicada, mas duvida que os títulos mundiais atuais percam sua relevância tão cedo. Enquanto isso, críticos argumentam que o crescente interesse da Arábia Saudita no boxe faz parte de uma estratégia mais ampla para melhorar sua imagem global. Desde 2021, o país já investiu cerca de 5 bilhões de libras esterlinas em esportes, enfrentando acusações de "sportswashing".
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