A competição entre as equipes da NBA não se limita mais à busca pelos melhores elencos; agora, há uma verdadeira corrida para construir os centros de treinamento mais sofisticados. Com investimentos que chegam a dezenas de milhões de dólares, as franquias estão criando complexos de última geração, oferecendo saunas em estilo spa, chefs particulares e equipamentos médicos de nível hospitalar.
Essa tendência reflete a crescente percepção de que o sucesso dentro de quadra começa com uma preparação ideal fora dela. Embora os centros de treinamento sempre tenham feito parte do esporte profissional, o nível de sofisticação e conforto implementado nessas instalações hoje é sem precedentes.
O centro de treinamento do Orlando Magic, inaugurado há dois anos e meio, foi descrito pelo Sports Business Journal como uma mistura de laboratório e oásis. A estrutura conta com salas de simulação de altitude, tecnologia de recuperação avançada e programas especializados de nutrição.
A rápida evolução das instalações fica evidente, já que o centro de treinamento de Orlando, construído em 2010, foi considerado ultrapassado já em 2019. De acordo com The Athletic, 20 das 30 equipes da NBA construíram novas instalações na última década, com cada projeto elevando ainda mais os padrões.
Ao contrário das grandes arenas, frequentemente financiadas por dinheiro público, esses centros de treinamento são geralmente custeados pelas próprias franquias, com valores que variam entre US$ 70 milhões e US$ 90 milhões. No entanto, Charlotte conseguiu financiamento público para manter os Hornets na cidade, garantindo um pacote que inclui um novo centro de treinamento e a reforma da arena.
Em uma liga extremamente competitiva, onde cada detalhe pode fazer a diferença, investir nesses centros é visto como uma necessidade, não um luxo. Algumas franquias optam por construir instalações afastadas dos grandes centros urbanos, enquanto outras, como o Los Angeles Clippers, integram seus centros às próprias arenas. O complexo The Rock, do San Antonio Spurs, exemplifica essa tendência de unir alta performance e bem-estar dos jogadores.
Projetado pela arquiteta Kathy Berg, o espaço prioriza luz natural e áreas abertas para ajudar os atletas a se recuperarem das longas viagens da temporada. O centro é dividido em quatro áreas principais: uma seção de treinamento com diversas quadras e um laboratório de arremessos de última geração, uma área de recuperação com terapias de flutuação e comodidades de spa, um espaço social com alimentação e lazer, além de um setor administrativo para as operações da equipe.
O Cleveland Cavaliers também entrou nessa disputa, iniciando a construção do que afirma ser o centro de treinamento mais avançado do mundo, com 19.500 metros quadrados. O projeto inclui uma clínica esportiva municipal aberta ao público, voltada para pesquisas sobre o condicionamento físico dos atletas. Um dos destaques será um laboratório de arremessos equipado com piso de vidro, sistema de som imersivo e telas de LED gigantes, criadas para simular as condições reais de jogo, ajudando os jogadores a desenvolver reflexos naturais que podem ser aplicados diretamente nas partidas.
Os atletas têm recebido essas inovações com entusiasmo, reconhecendo o impacto dessas melhorias no desempenho. O jogador do Orlando Magic, Mo Wagner, afirmou ao The Athletic que, com instalações desse nível, "não há mais desculpas" para não evoluir. Além dos avanços tecnológicos, a filosofia por trás dessas mudanças é clara: as equipes estão investindo no bem-estar dos jogadores, não apenas com salários altos, mas também criando ambientes que atendem a todas as suas necessidades. E, embora essas estruturas inovadoras beneficiem os atletas, elas também funcionam como uma declaração dos proprietários das franquias, que buscam demonstrar seu compromisso com a excelência.
ADD A COMMENT :