Dezenas de milhares de pessoas se reuniram hoje no Estádio Nacional em Gaborone, a capital do Botswana, para celebrar Letsile Tebogo, o velocista que trouxe ao país sua primeira medalha de ouro olímpica. O atleta de 21 anos conquistou o primeiro lugar na corrida de 200 metros, superando os americanos Kenny Bednarek e Noah Lyles.
Essa vitória marcou a primeira vez que um atleta africano ganhou o ouro nessa modalidade, e Tebogo estabeleceu um novo recorde africano com um tempo de 19,46 segundos. Quando a delegação olímpica aterrissou, fãs entusiasmados agitaram a bandeira nacional azul e preta do Botswana. Os atletas desfilaram pela cidade em um ônibus de dois andares, sendo recebidos por multidões que comemoravam e que receberam um feriado nacional do presidente em homenagem a essa conquista histórica.
Além de sua medalha de ouro individual, Tebogo e seus colegas de equipe conquistaram a medalha de prata no revezamento 4x400 metros masculino, elevando o total de medalhas olímpicas do Botswana para quatro. Antes das celebrações no estádio, centenas de torcedores se reuniram no aeroporto de Gaborone para receber a delegação.
As festividades começaram com dançarinos vestidos em trajes tradicionais feitos de peles de animais e decorados com miçangas. O presidente do Botswana, Mokgweetsi Masisi, também se juntou à celebração, até mesmo dançando com a multidão enquanto um assistente segurava um guarda-chuva para protegê-lo do sol.
Há apenas dois anos e quatro dias, Tebogo perdeu por pouco para o velocista israelense Blessing Afrifa em uma chegada foto-finish no Campeonato Mundial Sub-20. Desde então, a carreira de Tebogo decolou, colocando-o entre os melhores atletas do mundo. Após sua vitória nos 200 metros, Tebogo dedicou sua medalha de ouro à sua mãe, que faleceu em maio após uma longa batalha contra uma doença grave.
Ele mostrou para as câmeras seus tênis de corrida, que tinham a data de nascimento dela gravada. “Eu a levo comigo a cada passo que dou”, disse ele, explicando: “Eu a carrego comigo, e isso me dá muita motivação. Escolhi colocar a data de nascimento dela, não a data de sua morte, para honrá-la.”
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