A partida começou de forma promissora, mas nunca avançou além de um estágio cauteloso, resultando na equipe de Deschamps avançando para as semifinais. Apesar disso, eles não impressionaram. Por outro lado, Portugal dependia fortemente de Ronaldo, apenas para perceber da pior maneira que as coisas não são mais as mesmas.
"Didier Deschamps é um treinador focado em resultados. Ele não é um técnico de liga; ele é um técnico de torneio", disse-me Claude Tardy, um garçom em um café de Berlim, um dia antes da vitória da França sobre Portugal nas quartas de final da Euro por 5-3 nos pênaltis após 120 minutos sem gols. "A derrota para a Argentina na final da Copa do Mundo no Catar foi traumática para ele. Aquilo não era o futebol dele. Seu futebol não se trata de roubar gols. Marcar um hat-trick e perder, isso não é ele."
"E acho que foi assim que ele abordou este torneio. Os torcedores e a mídia podem criticá-lo por desperdiçar a geração de ouro da França no ataque, e o 'L'Equipe' pode chamar seu time de 'Bunker Azul', mas eu digo a você, ele não se importa. Ele está aqui para vencer. Ele não veio para a Alemanha para ser bonito. E ninguém esquece o resultado", acrescentou Tardy.
A caminho das arquibancadas, encontrei um torcedor português entre os milhares que lotaram o estádio em Hamburgo, proporcionando uma exibição pulsante de apoio. "Colocamos todas as nossas esperanças no show de despedida de Ronaldo", disse-me ele. "Agora, é difícil criticar Cristiano, mas o que resta dele neste torneio são principalmente gestos de mãos de decepção e lágrimas quando seus companheiros não entregam a bola para ele. É um vulcão de emoções. Mas se avançarmos, vale a pena. Não podemos dizer nada de ruim sobre Cristiano. Devemos isso a ele. É Cristiano."
Acabou sendo uma noite estranha de futebol. Na primeira partida entre Espanha e Alemanha, ambos os times deram tudo em campo em Stuttgart e garantiram seus lugares nas semifinais. Em contraste, o segundo jogo apresentou duas equipes passivas e cínicas, sem alcançar a mesma intensidade. O primeiro jogo teve 16 cartões amarelos, incluindo um vermelho, enquanto o segundo jogo não teve cartões até os 80 minutos.
Aos 86 minutos, Portugal recebeu um tiro livre fora da área, ligeiramente à direita. Mesmo um jovem Ronaldo teria dificuldade com esse ângulo. Três jogadores franceses formaram uma barreira à sua frente, e o goleiro fechou o canto. Ronaldo fez sua rotina habitual antes da cobrança, mas acabou acertando a barreira. Poucas coisas no esporte são mais tristes do que um superstar que não entende mais suas limitações atuais. Ronaldo, que construiu seu legado desafiando as probabilidades, agora luta para aceitar sua nova realidade. Apesar dos esforços, a França venceu nos pênaltis sem que seu goleiro defendesse uma única cobrança, avançando mais uma vez sem marcar um gol. No final, o futebol perdeu.
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